terça-feira, 8 de abril de 2008

The Simpsons Game [PS2]

O fenómeno Simpsons dura há muitos anos, e com o ainda fresquinho filme, mostra a sua força, inclusive no nosso país. É assim pena que de entre os muitos videojogos baseados nesta família, nenhum tenha verdadeiramente brilhado.

The Simpsons Hit & Run foi um dos últimos, e também um dos melhores. Agora, recaíam em The Simpsons Game (que é o 24º jogo neste franchise) a esperança de um jogo que deixasse o criador orgulhoso. O poder e experiência da Electronic Arts, e o alívio de não ser um jogo licenciado do filme (são casos quase sempre com um deadline arrasador) deixavam boa predição.

Agora, como explicar este sentimento contraditório, esta vontade de dizer que The Simpsons Game é um dos melhores jogos de sempre, que está recheado de excelentes momentos de humor bem típico da série, e que me divertiu realmente, quando não se pode ignorar o facto do ponto pior ser mesmo a sua jogabilidade? A versão PS2 é ainda claramente inferior às de nova geração, e não apenas em termos gráficos.

The Simpsons Game tem uma história diferente. Ou melhor dizendo, não tem. No fundo, os Simpsons descobrem que estão dentro de um videojogo, e vão aproveitar isso para utilizar os seus super-poderes e salvar o mundo de ameaças distintas. Tudo com um ar extremamente cómico, de sátira, e com os autores do argumento e a própria Electronic Arts sem medo de gozarem com eles próprios. O jogo é no fundo uma enorme troça, um pouco como foi Asterix & Obelix XXL, brincando sobretudo com o universo dos videojogos. E sim, é muito divertido, as simpáticas sequências 2D que surgem constantemente são plenamente fiéis à série animada, e cheias de humor.

O jogo começa com um divertido tutorial, com Homer a babar-se (como de costume) e a sonhar que está num mundo de chocolate. Aos poucos, vamos controlar as outras personagens, mas na versão PS2 lamenta-se a ausência da cidade de Springfield, que servia de espaço para as missões, e como um local onde podíamos perder muito tempo a explorar e a procurar os coleccionáveis.

As missões estão destinadas sempre a uma dupla de personagens específica para a missão e apesar disto parecer estranho, nem faria sentido ser de outra forma. Afinal, Lisa é a ecologista que vai sabotar uma serração acompanhada de Bart e Marge, contra o advogado Jack Thompson, a activista que protesta contra o violento videojogo Grand Theft Scratchy (GTS), ajudada por Lisa. Os pares mudam constantemente, e numa maneira muito old school e aplaudida, dois jogadores podem participar em simultâneo. Neste caso, o ecrã divide-se na vertical e as coisas ficam mais interessantes.

Cada elemento da familia Simpson possui o seu poder especial, que vai ser essencial para muitas passagens, coisa que o jogo indica com um balão a representar tanto a personagem, como o poder necessário. Jogando sozinho, temos a possibilidade de alternar à vontade entre cada Simpson.

Marge possui um dos poderes mais interessantes: um megafone. Com ele, ela tem o poder das multidões a suportá-la, e pode comandá-las para atacar um inimigo ou um objecto. Lisa utiliza a sua concentração para mover objectos, limpando caminho em algumas situações, e atacando inimigos noutras. Bart é o Bartman, e pode voar graças à sua capa, e lançar o gancho para chegar a lugares que mais ninguém chega. Homer transforma-se numa bola gigante e esmaga tudo por onde passa, podendo mais à frente tornar-se num monstro de gelatina. Por fim, a bebé Maggie rasteja nos poucos espaços pequenos.

O ponto forte do jogo é mesmo o humor, e isso vê-se um pouco por todo o lado. As sequências animadas são excelentes, e as missões não só parodiam os videojogos, como são quase todas muito inspiradas, nos seus temas e desenrolar.

O Bom :

Vozes originais da série televisiva ;

Muitas coisas por desbloquear ;

Rir até acabar.

O Mau :

Jogo pequeno ;

Má câmara.

PONTUAÇÃO FINAL: 8.5

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